Porque as empresas compram kits de emergência ambiental? É uma pergunta com uma resposta simples, “evitar impactos ao meio ambiente”, certo?
Mas é justamente antes desta questão que aparecem todas as dúvidas e incertezas possíveis, prontamente negligenciados, e que levam aos erros de aquisição, armazenamento e uso dos materiais de emergência. E o erro em questão é cometido em três etapas:
Etapa 1: Erro na aquisição dos kits de emergência;
A necessidade pela compra de kits de emergência ambiental é gerada pelo departamento de meio ambiente ou segurança do trabalho em boa parte das vezes.
E geralmente acontece após algum acidente ambiental, mas ocorre também por processos de qualificação de condições de trabalho e segurança ambiental.
Mas uma vez que a necessidade é clara, o que comprar? A lista de materiais precisa ser baseada em alguma referência.
E onde isso pode ser encontrado? A resposta é: em lugar nenhum. Não existe legislação ou documento técnico que referencie a compra destes kits.
Toda quantificação, na maioria das vezes ou se baseia em um número que se entende como “adequado” pelo departamento de meio ambiente e/ou segurança do trabalho.
Neste caso, a falha é que este kit precisa ser dimensionado, e sua quantidade de absorção precisa ter equivalência com a quantidade máxima vazada de produtos.Como exemplo, se existir em uma área um tanque de 10m³ de gasolina (com contenção), ter um kit com apenas 200 litros de absorção garante quantos dos cenários de risco desta área em questão? Evidentemente poucos, e apenas os menos críticos.
Além disso, a falta de experiência com o uso destes recursos pode gerar compras equivocadas. Como exemplo, a decisão pela compra de grandes quantidades de turfa natural absorvente como meio exclusivo de absorção de óleo precisa ter garantias de que o produto poderá ser aproveitado ao máximo. Fatores como vento, tipo de piso e método de aplicação podem fazer o produto render muito menos do que outras alternativas.
:: fornecedores
E como último dos erros mais graves na etapa de compras dos kits é a utilização das recomendações de fornecedores para balizamento de propostas comerciais.
Isso acontece porque o processo de compras padece pela falta de referências técnicas que já citamos anteriormente, mas muitas vezes também encontra profissionais com perfil comercial, que vendem o produto, mas não entendem a forma como o cliente precisa ou pode utilizar.
No momento que este fornecedor indica um de seus kits, dá ao cliente a falsa impressão de que, pela experiência do vendedor ou pela máxima de que “quem fabrica entende do que está vendendo”, ele está adquirindo exatamente o que precisa.
Outro problema na aceitação de recomendações dos fornecedores é balizar as propostas comerciais.
Isso porque, invariavelmente, os fornecedores irão propor itens diferentes dentro de um mesmo processo comercial. Isso porque tem entendimentos diferentes sobre as necessidades do cliente, ou até por motivos meramente comerciais.
Etapa 2: Erro no armazenamento dos kits
Uma vez adquiridos, os equipamentos e materiais precisam estar disponíveis, livres e próximos a locais onde os eventos acidentais podem acontecer.
Mas por um erro conceitual, de que o importante é “apenas ter os materiais”, eles são deixados e alocados em áreas como almoxarifado, sala de segurança do trabalho e meio ambiente, ou até mesmo em contenções trancadas com cadeados dentro das instalações.
O principal ativo das empresas no atendimento as emergências é o tempo. Quanto melhor utiliza-lo, menor será o impacto e os prejuízos.
E a melhor maneira de reduzir o tempo de atendimento é ter estes kits e equipamentos de combate próximos, sem que a logística prejudique as ações emergenciais.
É preciso que a empresa eleja os cenários mais críticos e mais representativos para que tenham prioridade de proximidade com os kits de emergência, além de estarem em quantidade relativa aos cenários de risco aos quais se propõem.
Além dos kits próximos, é preciso que a empresa tenha um estoque de prevenção para os materiais de uso mais recorrentes ou críticos, para o caso de cenários de grandes proporções.
É importante dizer que mesmo que a empresa tenha um contrato com empresa especializada em atendimentos emergenciais é imprescindível ter, ainda assim, estes kits.
Se a empresa fica apenas no aguardo de terceirizados para iniciar as ações de contingência perde tempo de resposta e vê os cenários acidentais potencialmente se ampliarem.
Etapa 3: Erro no uso dos produtos
É absolutamente comum que operadores, colaboradores e outros tenham receio de usar estes materiais e equipamentos.
E isso ocorre porque treinamentos que preparem estes profissionais são incomuns ou ocorrem em frequência menor do que a devida. E embora não sejam materiais recém trazidos ao Brasil, ainda são vistos como novidades por muitas pessoas e indústrias.
Além do receio, acontecem os erros. O uso do material errado ou em quantidade indevida, o tempo perdido sem que se saiba o material correto para a situação que acontece naquele exato momento, só piora o próprio cenário emergencial.
Aqui, para este item, a solução é muito mais simples. É urgente que empresas e indústrias tenham treinamentos e também simulados sobre os cenários reais de risco, somados a utilização dos equipamentos e materiais.
Somente a fluência nesta atividade poderá ser uma luz em momentos tão delicados como as emergências ambientais.
Qual a solução?
O que é possível fazer para que não haja dependência dos fornecedores e gere absoluta autonomia para departamentos de meio ambiente e compras é a elaboração de um documento, que pode eventualmente fazer parte do plano de emergência e também deve ser baseado na análise de risco existente, que estime tipos, quantidades e qualidade de cada material e equipamentos necessários para primeira auto defesa.
Este documento é elaborado pela EnviGo de maneira isenta, sem venda de equipamentos, materiais ou mesmo indicação de fornecedores.